opinião

OPINIÃO: de volta, às quartas-feiras

Depois de uma longa ausência como articulista, eis-me aqui de volta direto para a página quatro do "Diário". Semanalmente, escrevi para o jornal, quando este pertencia ainda ao Grupo RBS. Com a ida do economista Mateus Frozza para a Secretaria de Finanças do município, fui convidado pelo jornal para voltar a ocupar este espaço quinzenalmente. Aposentado como professor da UFSM e UFN, tenho procurado manter-me ocupado com leituras, viagens e com a finalização do meu último livro "Aprendendo a pensar como um economista", disponível no meu site (aprendendoeconomiacompereira.com). 

Para aqueles que não me conhecem, vou aproveitar este primeiro artigo de apresentação para contar um pouco da minha relação com o jornalismo, já que o meu currículo, claro, pode ser acessado através da plataforma Lattes, no site do CNPq. Tudo começou há mais de 30 anos, quando comecei a escrever para o jornal "A Razão". Pensando bem, na verdade, foi antes. Técnico da gerência de análise de conjuntura da Fundação de Economia e Estatística (FEE) tinha, dentre minhas atribuições, atender a imprensa. Com o tempo, além de entrevistas, comecei a escrever sobre economia para os jornais da capital gaúcha.

Ao chegar em Santa Maria, aprovado em concurso público na UFSM, senti vontade de continuar a fazer o que já fazia em Porto Alegre. Assim, com os meus artigos de jornal debaixo do braço, procurei o editor de "A Razão". Em pouco tempo, ganhei um espaço só meu na edição dominical do jornal. O Brasil estava à beira da hiperinflação e o governo Sarney (em 1986) experimentava a experiência heterodoxa do Plano Cruzado. O Plano não deu certo e a inflação voltou com mais força ainda. Mas, o acompanhamento passo-a-passo do Plano rendeu um livro (A era do Cruzado), publicado quando a editora da UFSM ainda não estava organizada. Parei de escrever quando saí para fazer o meu doutorado.

Tempos depois, já de volta a Santa Maria, recebo uma ligação de um jornalista que me conhecia desde a época de "A Razão" e que queria muito me mostrar o projeto de um novo jornal, que sequer tinha título ainda. Houve uma pesquisa de opinião e o título vencedor foi "Diário de Santa Maria". Todo o jornal era uma página em branco: podia escolher qualquer dia da semana. Optei por quarta-feira. Escrevi durante cinco anos uma coluna semanal. Sendo o espaço reservado muito pequeno, fui adaptando aos poucos o meu estilo e, quase sem querer, virei cronista. Selecionei 60 crônicas de temas não datados e publiquei um pequeno livro de bolso cujo título, obvio, só poderia ser "Sempre às quartas-feiras" (Unifra, 2013).

Volto a escrever no "Diário" num momento particularmente difícil da nossa história, que quase ninguém foi capaz de prever - eu inclusive. Atualmente, professor sem classe, pretendo alcançar um público mais amplo e dividir com ele minha visão de mundo, sem desprezar a daqueles que pensam diferente. Encaro como uma espécie de terapia. Com a vantagem de não precisar pagar a consulta ao analista.

*Por José Maria Dias Pereira, doutor em Economia



Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

OPINIÃO: Estuda, porque é o melhor caminho! Anterior

OPINIÃO: Estuda, porque é o melhor caminho!

OPINIÃO: A segunda foi só com bobagem Próximo

OPINIÃO: A segunda foi só com bobagem

Colunistas do Impresso